28/09/2012

Superstar



Bem, esta é de caras. Os Sonic Youth fazem, desta versão, um tributo ao mesmo tempo irónico e sincero aos Carpenters e, sobretudo, a Karen Carpenter. Se parece pop, soa a pop, deve ser pop. Em principio sim, mas este caso parece fugir um pouco às simples aparências.

25/09/2012

Sweet Thing



Tal como o Caetano Veloso, também Jeff Buckley sempre teve um talento especial para transformar ouro alheio em pérolas próprias (valerá a pena citar "Lilac Wine" e "Hallelujah"?).
Aqui envolve o original de Van Morrison num estado de emoção crua, despido dos arranjos elaborados elaborados de "Astral Weeks" e sustido apenas por uma Telecaster e voz. Esta versão de "Sweet Thing" encontra-se na versão expandida do EP de estreia "Live At Sin-é".
Qual das duas é a melhor? Como muitas vezes aqui neste blogue, esta, simplesmente, não é a questão.

22/09/2012

Eclipse Oculto



No ano em que chega aos 70 anos Caetano Veloso, ele próprio um mestre "versionista", recebe como presente o, obviamente desiquilibrado, disco de tributo -A Tribute to Caetano Veloso. Se nem sempre foge às versões demasiado coladas ao original, pelo menos evita o outro lugar comum deste tipo de edições - a escolha de temas já cansados e excessivamente colados ao autor.
A paulista Céu  faz uma atualização pop de um original que, de si, já o era e muito. "Eclipse Oculto" saiu do disco, de '83, "Uns" e merece ser ouvido em repetição.


20/09/2012

Choque Que Queima ( aka Choppin and Changin')



A banda carioca liderada por Luizinho (vozes e guitarra) surge num periodo de transição do rock n'roll para o periodo da "Jovem Guarda". Em 1964 lança o seu disco de estreia - "Choque Que Queima" - onde se inclui esta versão do original "Choppin and Changin'"de Cliff Richard & The Shadows. Apesar de simples alteração da letra para português, a música nem por isso deixa de garantir 2 minutos e tal de pura festa.
Tanto ou mais interessante é perceber que Sir Cliff teve um periodo da sua carreira, quando andava em boas companhias, em que rockava sem o menor dos problemas.


19/09/2012

O Samba da Minha Terra



Em semana de muitos concertos comemorativos do Ano do Brasil em Portugal, nada mais apropriado do que deixar algumas versões tropicais tentando evitar os lugares comuns, muito a contrário da programação musical feita pelo suspeito do costume, Zé Ricardo (???).
Após o lançamento de uma das verdadeiras obras-primas da música brasileira - "Acabou Chorare" - os brasileiros Novos Baianos intensificaram a sua mistura de samba, choro e frevo filtrado por rock ácido e vida comunitária hippie. De 1973, "Novos Baianos F.C." é o retrato desse período e é aí que se encontra a regravação do clássico de Dorival Caymmi. Se até ao 1º minuto a abordagem parece relativamente convencional, tudo se transforma com a entrada da eletricidade comandada por Pepeu Gomes.
O original teve também diferentes versões gravadas pelo seu compositor. A aqui incluída é de " Eu Vou Para Maracangalha" de 1957.
Caetano Veloso disse uma vez do compositor de "O Samba Da Minha Terra" : "É verdade que Caymmi compôs pouco mais de 100 músicas, mas todas são obras-primas. Quem é o compositor que pode se das a esse luxo? Eu queria ser preguiçoso assim".



13/09/2012

Swinging Party



Inicialmente lançada em 2009 e recuperada este ano, esta versão do londrino Kindness (aka Adam Bainbridge) vem envolvida por ecos da pop, soul e funk que fizeram do disco de estreia "World, You Need A Change Of Mind" uma das boas surpresas deste ano.
O original vem do clássico disco "Tim" dos Replacements. Apesar da semelhança vocal, a dolência da reinterpretação adequa-se melhor à ironia da letra. Digo eu.



10/09/2012

There But For The Grace Of God



No disco de estreia dos Wray Gunn, "Eclesiastes 1.11" (será que devemos mesmo contar com o "Soul Jam"?) destacava-se esta versão que, ao contrário do original efusivo e cintilante, vivia de um estado de tensão pontuado pela voz de Raquel Rallha.
Esse original de 1979 é dos Machine (do futuro Kid Creole and The Coconuts, August Darnell) e carrega consigo um dos refrões mais deliciosamente irónicos do Disco.

07/09/2012

Baby



A primeira apresentação do novo "Mature Themes" trouxe uma colaboração entre o Ariel Pink's Haunted Graffiti e Dâm Funk da qual resultou uma abordagem surpreendentemente fiel ao original de Donnie & Joe Emerson. O original é uma pérola perdida, uma malha lânguida (como traduzir "slow jam"?) de soul branca destinada a ser ouvida em repeat. "Dreamin Wild", o disco de 1979 onde saiu "Baby", foi reeditado recentemente pela Light In The Attic. O link inclui um mini-documentário sobre percurso peculiar dos irmãos Emerson.


06/09/2012

The Wilhelm Scream



Em vez de começar o blogue com uma música simbólica, prefiro arrancar com uma pequena confusão. O 2º single do disco de estreia do James Blake é, na realidade, uma versão retrabalhada de um tema de 2007, "Where to Turn", de James Litherland. Este senhor de pinta levemente Sting e dado a um smooth-jazz fortemente aborrecido, é o pai do próprio Blake. Ouça-se por agora o sénior mas concentremo-nos no júnior.




Para completar o ciclo de confusões inclui-se o novo toque dado à música pelo excelente combo funk/jazz/soul australiano The Bamboos. Este 45", lançado em 2012, através da muito fiável Tru Toughts, comemora 10 anos do grupo e traz consigo a voz sedosa de Megan Washington. Um boa stripper dançaria isto.